sábado, 28 de maio de 2011

Uma pedagoga que sabe o valor da reciclagem


Por Rafael Galindo

Reciclar é algo que já faz parte da vida de muita gente. Segundo o – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil é recordista mundial de reciclagem de latas de alumínio e as garrafas pet são o segundo material mais reciclado no país. Algumas pessoas realizam a reciclagem por obrigação, muitos por sobrevivência e outros por consciência e prazer, como é caso da pedagoga, Carmem Pottes, que desde o início dos anos 90 conheceu o processo de reciclagem que até hoje a acompanha.

Carmem, com seus 65 anos esbanja alegria e vitalidade. Iniciou sua vida profissional como professora no magistério, onde lecionou para turmas do ensino infantil e fundamental.  Mais tarde se formou em Pedagogia e hoje está aposentada. Durante 26 anos, foi proprietária de uma escola, e nos anos 90 começou a trabalhar com o magistério, sendo este, o momento que representou o deslanchar total do processo de reciclagem. Aliada à sua maneira alegre e espontânea de ser, hoje, ministra aulas de reciclagem e consegue conquistar muitos adeptos a esta causa de transformar o que seria lixo em algo útil.

Segundo Carmem, todo esse processo de reaproveitar material teve início a partir do momento que começou a trabalhar na rede pública de ensino, quando no dia-a-dia percebeu a falta de material para trabalhar com os seus alunos. Portanto notou, por exemplo, que as caixas, as garrafas e as outras coisas que com certeza iriam parar na lata de lixo, seriam produtos que poderiam ser reaproveitados, isto é, ter outra utilidade. “A partir daí, que começamos a transformar e levar para a sala de aula”, conta.

Foi um processo muito importante, afirma Carmem. “Porque como as alunas estavam sendo preparadas para trabalhar com crianças, começamos a levar as ideias sobre material que poderia ser reciclado para a sala de aula e as alunas começaram a produzir. Então, eu ficava mais rica com o que era produzido, cada trabalho que eu passava, elas me traziam mais sugestões. A coisa tomou uma dimensão tão grande que não sei se você se lembra daquela novela Rainha da Sucata, nome o qual recebi na época", relembra.

Quando Carmem Pottes discorre sobre seu engajamento com o processo de reaproveitar materiais já utilizados, nota-se um brilho no olhar, um sorriso largo, e a seriedade com que fala no assunto. “Foi uma paixão total por esse material que poderia ser reciclado e a utilidade que teria, e começamos a construir cada vez mais. Uma ideia vai surgindo e vai trazendo outras.Não parei mais”, afirma.  

Do lixo a arte - Na confecção das peças a partir de produtos reciclados, Carmem trabalha com garrafas pets que se tornam porta lápis, brinquedos ou potes, por exemplo. Porém não descarta outros materiais como: tampinhas que podem fazer parte de uma peça, como também caixas de diversos tamanhos e origens que viram recipientes para guardar qualquer tipo de coisa. Ela também transforma papel, plástico, vidro, lata e cordão em arte. Tem duas barracas na capital pernambucana. Uma no sítio da Trindade, bairro de Casa Amarela, e outra no pátio da feira, ao lado do mercado público da Encruzilhada.

Carmem Pottes consegue aliar a consciência ambiental ao contribuir com a questão da diminuição do lixo, transformando-o em utilidade, com o prazer do divertimento que todo o processo da reciclagem causa a quem participa.


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